Despertar é o regresso aos clássicos do mestre King!
Jamie é apenas um rapaz quando conhece o reverendo Jacobs. Depressa acontece um desastre com Jacobs, o que o faz desaparecer da vida do pequeno rapaz. Um dia Jamie, já adulto e viciado em droga, encontra novamente o seu "agente da mudança", Jacobs, que o cura do vício através de um tipo de electricidade que diz ser secreta. Jacobs começa uma espiral de curas a várias pessoas, mas nem todas têm o efeito desejado.
Será que o reverendo esconde um plano por detrás de todas as milagrosas curas através da energia secreta? Até onde estará disposto a ir o reverendo Jacobs? Que pretenderá?
Despertar é fantástico. Uma prometeica história sobre Deus, a Fé e o Homem. King transporta-nos, através de um narrador na primeira pessoa, para a vida de um rapaz que se tornará num homem cheio de problemas. Uma das coisas que King faz tão bem é transformar a vida de alguém num futuro aterrador. É triste e interessante ver como Jamie chegou onde chegou e porque lá chegou. Há algo cru e poético na escrita de Stephen King que deixa o leitor melancólico e pensativo. A forte carga psicológica é contra-balançada com laivos de humor e de ficção cientifica que pontilham tão inteligentemente a obra.
Uma das coisas que gosto sempre de fazer quando começo a ler um livro é ler o título original e a dedicatória. Neste caso Revival e uma das primeira pessoas a quem é dedicado o livro é à grande Mary Shelley. Mary Shelley ficou mais conhecida pela sua obra Frankenstein e à medida que a leitura de Despertar avança a dedicatória de King faz o mais absoluto sentido. Pode considerar-se Despertar como um retelling de Frankenstein mas não o vejam como um simples reconto moderno, é muito mais do que isso. King dá-lhe uma nova vida e um final inesperado!
Um facto curioso é que há duas personagens no livro de King que se chamam Mary e Victor e são mãe e filho, a alusão a Mary Shelley e a Victor Frankenstein como seu filho foi, no meu ponto de vista, brilhante! São estas pequenas jóias que tornam esta obra maravilhosa.
O ritmo é perfeito, começa lento e acaba com uma leitura vertiginosa nas últimas páginas, a culminar com um final psicologicamente fascinante. Um dos melhores finais de Stephen King.
Uma das suas mais impactantes obras!
P.S.: Filme em pré-produção e Russell Crowe envolvido!
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