Terror | Misery de Stephen King

 


Alguma coisa grita mais Halloween do que um livro do Stephen King?
(vamos fingir que não o leio todo o ano).


Misery conta a história de uma super fã, Annie, de um escritor americano chamado Paul Sheldon. Uma super fã que por acaso não tem os parafusos todos, não joga com o baralho todo, as luzes estão acesas, a cancela para cima e o comboio não passa. Acho que entenderam. Acontece que Annie viu o pobre Paul deitado por uma ribanceira e levou-o para casa. A modos que se passou um pouco. Confiem em mim, isto é bom material.



King escreveu um dos livros mais aflitivos que já li. Parece um sufoco o tempo todo, aquela mulher página após página fica mais assustadora. O não parar de ler é mesmo porque é impossível, eu tinha medo -- medo -- do que raios ia ela fazer ao "piqueno".


As primeiras cem páginas foram um build-up lento mas compensou nas últimas cem frenéticas. Há uma parte que eu pensei: oh, não, não, não. E pronto, foi aí que o resto do livro foi lido em 3 horas sem interrupções. Se me fez mal ao coração? Provavelmente. 


Acho que não lia assim um livro do Stephen King que me incomodasse tanto desde o Pet Samitery, no ano passado. Incomodar no bom sentido, veja-se. Às vezes precisamos de leituras que nos inquietem. Estão a ver quando vimos um filme com uma cena que temos de fechar os olhos? Eu senti a dor do Paul. E esse é um dos maiores trunfos do livro, porque brinca com a relação escritor-leitor, com o que esperamos de um escritor, com o que ele espera do seu leitor, com o que esperamos da nossa personagem favorita e por aí fora. 


Annie é das melhores antagonistas e é o que Paul diz, às vezes até temos pena dela. É uma antagonista excelente porque é exactamente o que pior podia acontecer ao protagonista, sem falhas. Ou com muitas, aqui é uma questão de perspectiva.



O livro deixou-me deveras contente, faltam só umas dezenas e acabo a bibliografia toda do Stephen King (riso nervoso).
Em Portugal, o livro saiu pela Bertrand (formato normal e super esgotado) e pela 11/17 (edição minorca mas boa tradução). 



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