1. Em primeiro lugar, e com tanta propaganda, estamos ansiosos pela chegada
de Gravar as Marcas! O que é que a inspirou?
Quando eu era muito nova, talvez tivesse uns onze ou doze anos, tive uma ideia: uma
história sobre um rapaz raptado por pessoas de um país inimigo. Quando, anos mais
tarde, ele regressa, tem de descobrir como se relacionar com a própria família após
terem passado por semelhante trauma. Não me perguntem porque é que a Veronica
de onze anos se interessaria por isto, porque não faço ideia! Mas desde sempre que
tenho andado à procura da forma correta de contar esta história. Gravar as Marcas
foi a primeira versão dela que eu senti que encaixava naquilo que se pretendia.
2. A construção de um mundo fictício requer muito trabalho, tempo e
imaginação. À medida que ele vai crescendo, quando a Veronica escreve e
quando nós lemos, sente-se que tudo assenta numa criação primordial. Pode
elucidar-nos acerca da criação deste novo mundo?
Bem, na realidade para mim tudo assenta na história e nas personagens, em
princípio. Mas existe um fio condutor na construção do mundo que posso destacar:
as prioridades. Julgo que as prioridades de um país e de uma cultura influenciam
tanto os aspetos físicos, tais como o tipo de tecnologia que desenvolvem, o tipo de
design que usam, o tipo de roupa que vestem. A maior parte das vestimentas dos
Shotet é baseada em armaduras, por exemplo, porque a demonstração de força é (por
motivos históricos) muito importante para a cultura e sobrevivência deles. A maior
parte dos objetos que eles concebem tem tons azulados porque o azul é a cor do
fluxocorrente (um fenómeno natural desta galáxia) presente nas peregrinações. Este
género de coisas.
3. É indubitável que a série Divergente obteve um sucesso estrondoso. Como se
sentiu quando mergulhou inicialmente neste novo projeto? O seu processo de
escrita atual diferiu daquele que usou aquando da série Divergente?
Quando mergulhei neste projeto, estava a aguardar pela edição de Insurgente, por
isso realmente estava ainda apenas a “brincar” com a história e o mundo. Tentei não
pensar muito naquilo em que se poderia converter. Mas ao decidir comprometer-me
seriamente com o projeto, foi um pouco assustador pensar em trabalhar em algo que
não fosse o Divergente. Em última análise, porém, quando se escreve, simplesmente
há que fazer por calar esse tipo de coisas. Não se pode pensar em como vão reagir as
pessoas, caso contrário seria impossível prosseguir. E foi o que eu fiz, limitei-me a
fingir que não existia pressão, que eu estava sozinha com a história.
4. Ao longo dos anos, tem-nos dado inúmeras personagens memoráveis; em
breve teremos ocasião de conhecer um novo grupo. Tem alguma semelhança
com os protagonistas das suas histórias? Ou com as restantes personagens?
Partilho semelhanças com todas as minhas personagens, acho que é isso que me
permite escrever acerca delas. Desta feita, centrei-me especialmente no meu
antagonista, Ryzek, o irmão da Cyra. Quis assegurar-me de que me poderia relacionar com ele de forma a poder construí-lo do modo mais complexo possível. Por
isso, decidi que o Ryzek e eu partilharíamos a nossa profunda ansiedade. Consigo
relacionar-me com qualquer um que conviva com ela. É imperdoável o que o Ryzek
faz com o seu medo, mas pelo menos ele parte de um ponto que não é descabido para
mim.
5. Numa só frase, o que podem os fãs esperar de Gravar as Marcas?
Aventuras espaciais, flores venenosas e... luta (muita luta.)
6. Tem alguns rituais ou rotinas de escrita que queira partilhar connosco?
Nem por isso! Honestamente, as rotinas e eu não nos damos bem. Para mim, cada
dia é diferente. Escrever não tem nenhum truque, basta sentar-me e fazê-lo. Dito
isto, se sinto dificuldade em meter-me numa personagem, imagino uma lista de
música para ela e ouço-as antes de começar a escrever. Às vezes, é uma ajuda.
7. Se pudesse dar algum conselho à Veronica de 13 anos, seria sobre a vida em
geral ou sobre a escrita em particular, como seria?
Sê boa para as pessoas e não andes com pessoas que são repetidamente antipáticas
contigo. É um bom lema para qualquer pessoa de qualquer idade, acho eu.
8. Pode contar-nos alguma coisa acerca de si que os seus fãs não saibam?
É difícil! Não tenho propriamente uma vida selvagem ou excitante, então... Só como
bananas enquanto ainda estão verdes, talvez? E nunca me sinto menos à vontade do
que quando visto um vestido.
9. Vamos a um joguinho rápido de "Kiss. Marry. Kill." Entre o Peter, o Eric e o
Caleb de Divergente, quem beijaria, com quem casaria e quem mataria?
Isso é complicadíssimo! Não gosto de nenhum deles! Mas como me estão a obrigar a
responder, acho que casaria com o Caleb, beijaria o Eric e mataria o Peter.
Obrigada, Veronica! Só mais uma coisinha antes de nos despedirmos. Temos
de provar que a Veronica é de facto um ser humano. Importava-se de tirar
uma fotografia neste preciso momento para os seus fãs? (a segurar um
letreiro de FBAutorDestacado)
Entrevista cedida por Harper Collins.
Fiquem ainda com um sneak peek!
— Presumes que sou brutal por causa do que ouviste — disse eu. — Bom, e
então o que eu ouvi de ti? Tens a pele fina, és um cobarde, um tonto?
— Tu és uma Noavek — disse ele, teimosamente, dobrando os braços. — A brutalidade está-te no sangue.
— Eu não escolhi o sangue que me corre nas veias — respondi. — Não mais do que tu escolheste o teu destino. Tu e eu, tornámo-nos naquilo que fomos feitos para nos tornarmos.
— Tu és uma Noavek — disse ele, teimosamente, dobrando os braços. — A brutalidade está-te no sangue.
— Eu não escolhi o sangue que me corre nas veias — respondi. — Não mais do que tu escolheste o teu destino. Tu e eu, tornámo-nos naquilo que fomos feitos para nos tornarmos.
2 Comentários
Adorei a entrevista!
ResponderEliminarDeviam ter dito para ela não dar o mesmo fim que deu em convergente, se ela o fizer nunca mais leio um livro dela, chorei um rio por causa daquele fim já, não aguento uma segunda vez xD
Ansiosa pelo livro :D
http://www.nerdechique.wordpress.com
Hahahaha eu gostei como acabou o Convergente apesar de ter sido 😭😭😭 Também eu! Super ansiosa!
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