Terror | Later de Stephen King




Sabem, ler Stephen King equipara-se a comer uma bola de Berlim com creme na praia. Estão a ver aquela sensação de conforto e paz? É isso. E Later não foi excepção. 
Later conta a história de um rapaz que consegue ver os mortos -- e falar com eles. James acaba por descobrir que os mortos não conseguem mentir e isso fará com que fique envolto numa trama de máfia, muitos tiros e gente passada da marmita.

A obra fez lembrar-me muito o 22.11.63 pela narração moderna de King na primeira pessoa, mas, também Colorado Kid -- também editado pela Hard Case Crime. Não é uma trama complexa nem longa, é um livro pequeno mas cheio de acção. Normalmente, as primeiras 100 páginas dos livros de Stephen King têm tendência a fazer um build-up lento da história. Este não é o caso. Até porque é um livro com 200 e poucas páginas. 

A vantagem é que saltamos logo para a acção e não houve momentos parados. Isto não é impeditivo para que a história desenvolvesse tão bem as personagens que nos fizesse -- ou me fizesse -- gostar realmente delas. 

Há um momento que me fez sorrir em particular -- é sempre giro sorrir para livros, quem não? -- quando uma personagem cita o próprio Stephen King. É meta e eu gosto. Julguem. 

O livro não parou de me surpreender. Bem no final há um plot twist que me deixou com um gosto agri-doce na boca -- lembrem-se que ler Stephen King e comer uma bola de Berlim são uma comparação que me orgulhei de fazer no início deste post -- e isso não foi nada mau! Não estava à espera, assim como não estava à espera do final de  Colorado Kid -- e aprecio. A última página deixa-nos a pensar porque é um final aberto (?) e não sei que carga de água se passou. É pá, sim. 

É um livro no ponto de vista de uma criança que vai crescendo e com ela o mundo. É como King escreve, mudamos mas não mudamos. Nós somos sempre nós. E no meu caso, como não gostar de um livro do mestre?


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