O livro de Benjamim Saenz, com Aristotle e Dante, vem demonstrar-nos um tipo de
romance que não é muito comum mas não menos interessante (Arrisco a dizer que é
mais ainda :D).
É um romance em que não existe um enredo único que nos diz
“Hey, estou aqui, sou parte interessante que deves prestar atenção”. Não. É um
romance onde o que nos faz querer ler mais e mais, é o carinho que se ganha
imediatamente pelas personagens principais de 15 anos (17 no final do Livro)
Dante e Ari e pela amizade genuína que se cria entre eles, não é uma amizade
fácil nem falsa das quais o mundo está cheio. E é o primeiro ponto que me fez não
tirar os olhos deste livro.
A história é toda decorrida da perspetiva do Ari, cuja vida
é muito do que se pode considerar solitária, não é próximo a ninguém, sabe que
tem um irmão mais velho na prisão sobre o qual é tabu falar naquela casa, assim
como as cicatrizes deixadas na memória do seu pai pela Guerra.
Mas tudo isto muda quando num dia de verão, Ari conhece
Dante na piscina pública local. Dante, no início silencioso e misterioso,
revela-se mais tarde uma pessoa bastante expressiva, vindo a ser a primeira
pessoa a quem Ari pode chamar realmente de amigo.
À medida que a vida destas duas personagens avança, nós
vamos tendo uma exposição, não apenas do crescimento das mesmas enquanto
individuais, de como se alteram enquanto pessoas, mas de temas que são hoje
muito importantes para qualquer um como o que é a individualidade e porque é
que por vezes nos sentimos tão estranhos perante pessoas que estamos
diariamente.
A prosa poética mas simples de Benjamin Alire Saenz, leva o
leitor a uma aproximação inevitável das personagens. De uma descrição
relativamente prolongada sobre o mistério que é a mãe de Dante, a uma simples
palavra ao telefone entre os dois amigos, é impossível não ser afetado pela
escrita de que é feito este livro. Um livro a ler para quem rege a vida por
“regras diferentes” que nos oferece uma nova reflexão sobre o que é uma
família, o que é uma amizade, o que é lealdade e o que é honestidade para com
os outros, mas acima de tudo para connosco mesmos.
Se não leste este livro, recomendo que o faças rapidamente.
A sequela já está a ser escrita!
Boas Leituras!
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