Não é segredo nenhum que eu ache Ed Brubaker um dos maiores escritores de comics vivos e sim, Pulp reforça essa minha ideia.
Tenho de começar por dizer que Pulp me enganou. Julguei o livro pela capa, desenganem-se se estou a falar de qualidade da obra mas na temática. Normalmente, Phillips e Brubaker escrevem noirs e ao ver Pulp pensei que se iam aventurar nos pulps e westerns. Tive essa ideia pela capa, e westerns não são bem a minha cena. Embora, Brubaker seja a minha cena. Vocês percebem.
As primeiras páginas fizeram-me pensar que seria mesmo uma história do faroeste, todavia rapidamente mudou para a vida de um escritor que devia ter morrido já por três vezes. A premissa roda suavemente sobre o seu passado e presente e tenta desvendar a problemática que o acompanha. O livro não é um conjunto de memórias mas uma história de tirar o folgo.
Devo dizer que é a obra ideal para o ano em que vivemos. Fala da vida, da morte, do propósito e daqueles que nada fazem para não permitir as forças de extrema direita. Engraçado como um livro que se passa nos anos 1940 pode ser tão actual. Pôs-me a pensar e é por isso que gosto de ler, ao menos que me faça pensar sobre algo.
A cor da obra é dada por Jacob Phillips que não costumo ir muito à baila mas este é o seu melhor trabalho, acho que funcionou muito bem. A arte pelo Sean Phillips é igual ao que nos tem habituado e na minha opinião é um artista que se tem reinventado e cada vez ficado melhor. Se apreciam uma boa evolução abram o Fatale e este livro, dá gosto ver.
É um livro pequeno que vale cada cêntimo que derem por ele. Se há uma obra que devem de ler em 2020 é Pulp.
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